Salve, salve minhas queridas capivaras.
Quem vai ocupar o palco do Teatro Riachuelo nesse domingo é a peça de teatro “Dois Pais”.
Dois Pais é um espetáculo infanto-juvenil interpretado simultaneamente em Português e Libras.
Dirigido por Manu Hashimoto e com dramaturgia e performance de Tauã Delmiro, a história conta o encontro do casal Márcio e Lucas com seu filho.
Apaixonados por botânica, os três cultivam um jardim nos fundos do apartamento, mas são surpreendidos com uma ordem dos condôminos que muda o rumo dessa relação familiar: eles precisam destruir o jardim.
Narrado pela perspectiva da criança, a peça tem como ponto de partida os desafios de comunicação do filho com o seu pai surdo.
Criado pelo Coletivo Macacos Alados, o espetáculo torna acessível para todos os públicos a reflexão de temas como adoção, diversidade e inclusão.
De maneira lúdica, a peça mostra como opressões cotidianas podem afetar o bem estar de famílias homoparentais.
Com isso, reforça a necessidade de não subestimar a criança e falar sobre questões que as atravessam no presente.
O projeto dá continuidade à pesquisa do grupo que em seus trabalhos aborda narrativas LGBTQIA+.
Essa investigação gerou a primeira produção do coletivo: O Edredom (2015) – espetáculo para crianças, adultos, peixes e peixas, peça que esteve em cartaz em diversos teatros e que recebeu mais de 12 indicações em prêmios para infância e juventude, e que ganhou 4 deles.
A ideia de Dois Pais nasce da junção do que foi descoberto nesses anos de trabalho do coletivo com necessidade de aprofundar o estudo sobre infâncias plurais e, junto disso, atingir o público de forma inclusiva.
Desde 2002, a Lei da Libras reconhece a língua como natural dos surdos e coloca como dever dos órgãos públicos apoiar e difundi-la. Apesar disso, 19 anos depois, ainda é raro perceber sua execução na prática.
Poucas obras integram a língua brasileira de sinais na sua estrutura. Dois Pais nasce do desejo de suprir essa carência e, por isso, a performance é realizada, ao mesmo tempo, em portugues e libras.
O que torna o espetáculo instigante para pessoas surdas e ouvintes.
A peça fez parte de uma iniciativa chamada Bossa Nossa, um Programa de fomento à cultura idealizado pela Benfeitoria e viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo do ISS-RJ, com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Cultura, Globo, Kappamakki, PSR e Rede D’or. Contou com a participação de mais de 150 colaboradores e teve o seu valor final triplicado pelo fundo Bossa Nossa. O edital contemplou 6 projetos de impacto social, com a intenção de fomentar a retomada da produção cultural carioca.
O espetáculo será realizado no dia 31 de janeiro de 2021 no Teatro Riachuelo no formato figital (físico + digital) e transmitido ao vivo e online na plataforma do teatro.
Também poderá ser assistido no próprio teatro, que obedecem a todos os protocolos exigidos por decreto municipal e normas criadas pelo setor.
Ficha Técnica:
Texto e performance: Tauã Delmiro
Direção: Manuela Hashimoto
Trilha sonora: J4mes
Coreografia “Dança do Ipê”: Juliete
Coreografia “Funk das flores”: Débora Polistchuck
Ilustrações: Marion Beda
Tradução para Libras: Eberson Sarmento
Consultora de Acessibilidade: Karina Zonzine
Direção de produção: Coletivo Macacos Alados
DOIS PAIS
Horário: Domingo às 17:00 hrs
Tipo de evento: Online + Presencial
Ingresso online: Acesse | https://www.sympla.com.br/dois-pais—transmissao-online__1096540
Ingresso presencial: Acesse | https://bileto.sympla.com.br/event/67325/d/94139
Classificação: Recomendado 10+
Duração: 45 minutos