Afff… Mais que dia chato do caralho foi ontem! Me encheu a porra do saco receber uma cacetada de mensagens de Feliz Dia Internacional das Mulheres! Eu sei que foi com boa intenção, mas sério mano o que eu quero nesse dia é que o meu parceiro me dê prazer. Prazer de toda ou de qualquer forma. Pode ser me acordar me chupando e de quebra, fazer meu café da manhã e me desejar um excelente dia; pode ser me enviar uma mensagem com a foto da rola dura em homenagem a mim e aproveitar para saber se eu estou bem; pode ser me receber à noite com um abraço meio que me encoxando e sussurrar várias putarias ao meu ouvido; pode ser um convite para vermos um filme ou série juntos, mas algo picante para me deixar no ponto e bem molhada de tesão; pode ser dormir abraçados para eu sentir seu pau gostoso e bem duro roçando em mim e louco para me fuder; MAS O QUE PODE SER MESMO é ele me chupar até ao ponto que eu implore que pare, me foda gostoso, me beije, me abrace… me faça gozar repetidas vezes ou que eternize uma gozada sensacional, que me deixe assada, suada, cansada, arrasada… Porra, aí sim eu iria curtir esse lance de Dia das mulheres!
No caso estou falando sobre ações que alguém hétero e casada vive na sua rotina. Talvez as coleguinhas do mesmo “segmento” me entendam e concordem, talvez não. Mas o fato é que sexo é importante na vida do casal e se não for praticado entre eles, será com alguém. Então que seja com o parceiro, já que a escolha foi ter um relacionamento monogâmico.
Eu sei que esse dia envolve questões muito maiores do que o tema abordado por esta coluna, mas o movimento que as mulheres começaram em meados do século XIX lá nas zoropas, envolvia a luta delas reivindicando melhores condições de trabalho e também o fim do trabalho infantil, bastante comum nas fábricas durante o período da Revolução Industrial.
As mulheres se manifestavam em prol da igualdade econômica e política. E a cada passo, uma nova necessidade de igualdade surgia, e não por último, mas como algo decorrente de toda essa questão que envolve submissão e preconceito, encontra-se o sexo, mais precisamente a forma como as mulheres eram ensinadas a se relacionar com o sexo.
E é aí que nós entramos minha gente, minhas leitoras lindas e queridas. Nós continuamos lutando para que: seja analisado o currículo para a vaga, e não o currículo do homem e o currículo da mulher; o salário seja para o profissional e não para o gênero; não haja necessidade de vagão das mulheres porque os homens nos respeitam e não existe assédio em nenhum tipo de transporte público; a mulher não precise se preocupar com a forma como ela se veste; mulheres não sejam espancadas pelos seus companheiros; meninas não sejam apalpadas, xingadas, abusadas, nem estupradas em nenhum ambiente, principalmente o familiar; ao dizer não, a mulher seja respeitada; nós possamos tratar, falar e viver o sexo sem que sejamos julgadas pelas nossas escolhas; e por fim, mas não menos importante, as mães criem seus filhos para tratarem as mulheres como elas não foram tratadas – com dignidade.
Eu recebi mensagens pelo Whatsapp, vi inúmeras postagens no Facebook e no Instagram (redes sociais que uso) e 90% com o mesmo conteúdo e isso me aborreceu bastante o dia, mas quero deixar um agradecimento especial para a minha little sister que no fim do dia salvou, enviando a foto de uma rola delicious. Porque no final das contas a gente quer “fazer amor de madrugada, amor com jeito de virada”.
Eu acho muito louco o fato de A mulher ser discriminada pelos homens e pelas mulheres. Como é que a pessoa que é do sexo feminino e carrega todo esse peso que nós carregamos pela exigência de que temos que fazer tudo porque nós somos mulheres e mulher é forte, é guerreira, é batalhadora, consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, e tem que ser dona de casa, e mãe, e saber cozinhar, passar e lavar, tem que ser uma dama para a sociedade e uma puta na cama e etc, tem a capacidade de julgar e condenar. A minoria fode com a própria categoria, e agora não somos nem mais minoria, né gente? Está meio a meio, talvez 1% a mais de homens. Mas mulher é foda, fala mal de mulher, tem inveja de mulher, tem caso com o parceiro de outra mulher e tudo isso é normal, faz parte do nosso dia a dia e não percebo mudança. Não para isso!
Temos mudança para mais possibilidades de gênero e para o fato de a pessoa não ser definida pelo gênero que supostamente ela teria geneticamente. E aí eu penso que ficou complicado mesmo porque as coisas do passado nem foram resolvidas e já criamos novos conceitos, ideais, características. A sociedade vive em meio a tantos conflitos que as vezes eu nem sei o que fazer. Mas ao menos eu sei o que eu gostaria!
Eu gostaria de poder escrever meu nome nessa coluna porque no meu ambiente de trabalho e na minha função eu não seria julgada como uma vagabunda que fala de sexo sem puderes e que por esse motivo não poderia trabalhar na área da Educação. Eu gostaria que a criação dos filhos fosse meio a meio entre pai e mãe para financeiro, educação e dedicação. Eu gostaria que os homens não fossem infiéis e se esforçassem mais para fazerem seus relacionamentos darem certo. Eu gostaria que as mulheres entendessem que ter um relacionamento com uma pessoa comprometida também está errado e que ou o cara termina e fica com ela, ou ela se relaciona com outra pessoa.
Eu gostaria que o SER HUMANO estivesse em destaque e não o gênero. Eu gostaria que a educação não fosse mais destinada para o gênero (sim, ainda é assim). Eu gostaria que as mulheres e os homens usassem camisinha impreterivelmente por consciência total sobre a vida sexual. Eu gostaria que as pessoas conversassem sobre todos os assuntos importantes na vida e que fosse abertamente, em casa, na escola, dentro da família e entre amigos. Mas eu gostaria de muita coisa, eu acho.
Então vou voltar para o que me faz ter força, ânimo e disposição para as dezenas de batalhas que traço no meu dia a dia feminino: SEXO!!!!! Como não poderia ter ganho como presente pelo Dia Internacional das Mulheres a resolução de todas essas coisas que me angustiam, e acredito a vocês também, vou me contentar com o husband escolhendo uma das opções anteriores e partindo para a action. E vambora sobreviver e fuder.
Por Obscena Sra. C.