Álbuns Memoráveis
Preferência é algo individual. Pode coincidir com outras pessoas, mas há sempre uma particularidade em se que diferencia o motivo de tal devoção. Música tem a característica comparada a perfumes, que se torna inesquecível por sua peculiaridade. Creio que é difícil escolher qual a sua música favorita, você pode ter várias músicas sendo trilha sonora de momentos especiais, mas pensaram como seria injusto eleger apenas uma música ao posto de melhor música de todos os tempos? E o melhor álbum de todos os tempos? Capivarock vai dissertar sobre alguns álbuns que marcaram época na história da música por diferentes razões, ditos álbuns memoráveis da história da música.
São inúmeras as escolhas para citar álbuns memoráveis. Para não ser injusto, citarei alguns álbuns que marcaram este que vos escreve, pelas mais diferentes razões. Começamos simplesmente pelo álbum mais vendido da história da música: Thriller de Michael Jackson, lançado em 1982 nos EUA. Reeditando a dobradinha de sucesso do anterior Off the Wall (1979), a produção de Quincy Jones e Michael Jackson em Thriller chegou ao ápice de vendagens no mundo com nada mais nada menos do que 66 milhões de cópias até os dias de hoje. 7 singles foram lançados num álbum contendo um total de 9 músicas. Jackson despontava como o maior artista da história da música à época com uma popularidade que atingia todas as faixas etárias. Fizeram parte desta gravação Sir Paul McCartney (“The Girl Is Mine”), as irmãs Jackson (LaToya e Janet), alguns membros da banda Toto (que eram músicos de sessão de gravações de vários artistas) e até o percussionista brasileiro Paulinho da Costa. Este foi o primeiro disco (sim, era disco em 1983) que ganhei dos meus pais que não fosse álbum infantil. Até por isso, cito aqui também alguns disquinhos – sim, os famosos e adoráveis “compactos”, também conhecidos lá fora comosingles – que marcaram a minha infância: histórias da Disney (que no final ensinava palavras em inglês) e Arca de Noé, lançado pouco após a morte de Vinicius de Moraes. O line-up deste álbum era composto por inúmeros artistas da MPB e tinha um detalhe curioso: uma cartela com vários bichos que você podia recortar e colar na capa, compondo a arca de Noé! Genial a ideia e é inimaginável a execução disso devido aos formatos de música consumidos nos dias de hoje. Quem tem 35 anos ou mais que não se lembra da magistral “Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá/lá vem o pato para ver o que que há”? (risos)… é sempre uma lembrança gostosa da minha infância.
“Thriller” – Michael Jackson (1982)
“Arca de Noé” – Vinicius de Moraes (1980)
O meu primeiro disco de Rock que ganhei foi de uma banda nacional. Em 1985, fui presenteado com o inaugural disco do Ultraje a Rigor, Nós Vamos Invadir Sua Praia. Mesmo constrangido e aos meus 9 anos de idade com medo de levar uma bronca por ouvir músicas que continham “você me sacaneou” e “tinha cara de babaca” nas letras, eu repetidamente ouvia essas músicas que anos depois ainda eram trilha sonora das famosas “festinhas americanas” (conhecidos também como Hi-fi) que a molecada nos anos 80 fazia. Juntamente com a influência da Alessandra, minha irmã 4 anos mais velha que eu (que Deus a continue guardando em ótimo lugar, saudades enormes e eternas), eu ouvia praticamente todas as bandas do Rock 80, até que chegou lá em casa um álbum comprado com muito sufoco pois estava em falta nas lojas de tanto que vendia: “Rádio Pirata Ao Vivo” do RPM. Ainda constante na lista dos álbuns mais vendidos da história do país, as músicas eram ouvidas em todos os lugares, sejam eles lojas, casas, programas de televisão e por aí segue. A febre causada pelo RPM gera uma curiosidade, pois este disco ao vivo era o segundo disco lançado em sua carreira, portanto com repertório similar ao disco de estreia (que foi bem sucedido comercialmente, mas nem chegou aos pés deste disco ao vivo). Certamente um álbum eternizado na música brasileira.
“Nós Vamos Invadir Sua Praia” – Ultraje a Rigor (1985)
https://youtu.be/03eF7RQJn2M
“Rádio Pirata Ao Vivo” – RPM (1986)
https://youtu.be/hlAlN6kTeNc
Uma das formas de se conhecer músicas nesta época se baseava em assistir os poucos programas dedicados a clipes na época que não existia TV a cabo no Brasil, alguns comentários dos locutores nas rádios e em algumas revistas especializadas em música, talvez sendo a Bizz a mais famosa ou a que pelo menos eu buscava novidades na música numa época que pasmem, alguns álbuns só chegavam no Brasil um ano após seu lançamento original. Outra forma bem popular e até mais barata eram as trilhas sonoras nacionais e internacionais das novelas globais, era uma época que ainda surgiam as chamadas “músicas boas” (não confundir com o famigerado programa do Multishow), aquelas que são tocadas até hoje. Claro que algumas nem são tão boas, mas precisamos reconhecer sua marca na história. Destas coletâneas globais geralmente havia as músicas que nos chamava mais a atenção e a partir daí buscávamos os álbuns delas.
Me recordo de ter ido num desses “hi-fis” no bairro de Higienópolis na zona norte do Rio de Janeiro, onde fui criado. Uma música começou a tocar e tinha alguma coisa nela, me passando algo bom. Fui olhar a vitrola e a caixa de discos para descobrir do que se tratava: a música se chamava “Just Another Day” de uma banda chamada Oingo Boingo. Procurei em várias lojas o álbum Dead Man’s Party e quando o consegui foi um dos discos de alta rotação. Algum tempo depois disso, os caras da banda vieram tocar no Brasil (não fui ao show, o que lamentei muito), participaram até de novela na Globo e tiveram sua popularidade infinitamente maior que nos EUA, país de origem da banda.
Pouco depois, também impulsionado com uma música trilha sonora de novela, conheço o álbum Appetite for Destruction do Guns N’ Roses. Era um passaporte para começar a ouvir música mais pesada, era o disco que você ouvia as músicas e sentia uma energia diferente, literalmente um divisor de águas. Até que um dia, acredito que no final dos anos 80, conheci uma música iniciando com um dedilhado melancólico acompanhado de um solo triste, em seguida a bateria acompanhando porém não se ouvia o baixo – essa dica já facilitou saber qual música é (risos) – e o refrão explodia com guitarras pesadas.
Conforme a música progredia, os dedilhados sumiram e todos os instrumentos passaram a ficar muito mais pesados até que no meio de uma parte ouve-se uma imitação de uma metralhadora… eu ouvia aquilo e ficava simplesmente hipnotizado… e o fim da música era uma catarse sonora que acabava do nada, me deixando atônito. Esta música é lembrada pela minha Mãe até hoje como “a música que eu ouvia 20 vezes por dia”. A música? “One”, do Metallica. Ali eu entrei no caminho sem volta de escutar Heavy Metal e creio que o primeiro álbum deste estilo com influência direta na minha vida foi …And Justice For All. Era eu, nos meus pensamentos particulares, virando um adulto musical… (risos)… uma curiosidade em comum entre os álbuns citados acima do Guns N’ Roses e do Metallica é que diante do estrondoso sucesso de Appetite for Destruction, seu produtor Mike Clink foi convidado pelo Metallica para produzir …And Justice For All e pela iminente ascensão da banda no mainstream, achavam que seu toque seria de midas. Porém o relacionamento produtor-banda não foi dos melhores e ele foi creditado apenas por mixar duas músicas e o Metallica co-produziu com Flemming Rasmussen, que trabalhou antes com a banda em Ride The Lightning e Master Of Puppets.
“Dead Man’s Party” – Oingo Boingo (1986)
https://youtu.be/lOtuZ00NkVE
“…And Justice For All” – Metallica (1988)
https://youtu.be/SIzaLaFmJUM
Algum tempo depois, os mais antigos lembram, o canal 9 no Rio de Janeiro passou a exibir a programação da MTV. O ano era 1990 e a mistura de música com jornalismo musical enriqueceu enormemente as informações, os clipes vinham com o nome do artista, da música e do álbum nos créditos que facilitava mais ainda a descoberta. Muita gente gravando clipes no videocassete, inclusive eu… (risos)… o Rock In Rio 2 já estava sendo escalado e a MTV ajudou a influenciar cada vez mais o público e divulgar as bandas participantes, algumas consagradas como o próprio Guns N’ Roses e outras que confirmaram as expectativas, como o Faith No More. Junto dessa acessibilidade de variadas sonoridades e com crescente interesse pela música de todas as formas, comecei a improvisar baquetas com cabides de madeira quebrados (risos), prestando atenção principalmente nos bateristas de Heavy Metal e imitando seus movimentos. Mas o Rock e o mundo não estava preparado para uma surpresa que mudou definitivamente a indústria da música quando surgiu o Nirvana. Mudando completamente todos os preceitos dos clichês da música, mesmo também sendo de certa forma um clichê, o trio de Seattle mostrou pra garotada nascida na última metade dos anos 70 que você podia montar uma banda com poucos acordes mas com muita atitude. Nevermind, lançado em 1991, mudou o conceito do que se consumia no mundo da música fazendo alguns estilos intocáveis serem fossilizados e bandas tendo que se reinventar para não perder popularidade. Sobre o Nirvana, o resto é história que todos sabemos.
“Appetite for Destruction” – Guns N’ Roses (1987)
https://youtu.be/IvR61cR89OE
“Nevermind” – Nirvana (1991)
https://www.youtube.com/playlist?list=PL8B7A3CFFEBE9CCD8
Algum tempo depois comecei a me juntar com alguns amigos para montar uma banda, sem muita definição do que tocar. Tínhamos as influências de Ramones, de Nirvana, músicas que dentro da nossa capacidade técnica musical limitadíssima conseguíamos executar com certa eficácia além de testarmos nossas prematuras habilidades de composição. Mas tudo mudou quando meu amigo Marcelo Dantas, vulgo “Pitô”, emprestou uma fita cassete pessimamente gravada com duas bandas, sendo cada lado da fita o álbum completo de cada uma. Isso já era algo a chamar a atenção, álbuns com duração de menos de meia hora. Generator do Bad Religion e Pennywise do Pennywise, lançados respectivamente em 1992 e 1991, foram os álbuns onde eu finalmente percebi o que eu queria seguir no gosto musical e no estilo de tocar. Músicas como “Generator”, “Too Much To Ask” e “Atomic Garden” do Bad Religion e “Wouldn’t It Be Nice”, “Living For Today” e “Bro Hymn” do Pennywise são algumas faixas que me deixaram uma marca eterna e despertou um desconhecido interesse na busca de outras bandas no mesmo estilo. Um dia, quem sabe, ainda conto minha trajetória musical aqui e passo mais detalhes sobre como essas bandas influenciaram na minha vida…
“Generator” – Bad Religion (1992)
“Pennywise” – Pennywise (1991)
Com o passar dos anos, a gente acaba sendo mais seletivo e exigente com certas seleções musicais. Listando alguns dos muitos álbuns que são eternos na minha discografia até hoje pelos mais diferentes motivos e situações são: Vulgar Display of Power do Pantera; Paranoid do Black Sabbath; Seasons in the Abyss do Slayer; Serious Hits…Live! do Phil Collins; Superunknown do Soundgarden; The Seeds of Love do Tears for Fears; Master of Puppets do Metallica; Vitalogy do Pearl Jam; Mamonas Assassinas dos Mamonas Assassinas; O Passo do Lui dos Paralamas do Sucesso; Toxicity do System of a Down; Arise do Sepultura; Audioslave do Audioslave; Gig do Circle Jerks; Morning View do Incubus; Creatures of The Night do Kiss; Peace Sells… But Who’s Buying? do Megadeth; Urban Discipline do Biohazard; Stranger Than Fiction do Bad Religion; 1,039 Smoothed Out Slappy Hours do Green Day; Ramones dos Ramones; …And Out Come The Wolves do Rancid;Can I Say do Dag Nasty; London Calling do The Clash; Hybrid Theory do Linkin Park; Somewhere Between Heaven and Hell do Social Distortion; Operation Ivy do Operation Ivy e a lista segue… e o seu ou seus álbuns memoráveis são alguns desta lista? Comentem abaixo sobre as bolachas, CD’s, MP3 ou streamings que marcaram sua percepção auditiva ou foram a trilha sonora de momentos especiais em suas vidas!
Na vitrola: “A Dangerous Meeting” – Mercyful Fate
https://youtu.be/LWCOqNHzM0k
Por Fellipe Madureira
Eu costumo dizer que foi a minha mãe (que AMO demais) que me apresentou o Rock (graças a Deus)!
Em 88 ela me deu o dico “Big Bang” dos Paralamas do Sucesso. Essa foi a minha porta de entrada pro Rock. Antes disso ela também só me presenteava com discos infantis.
Mas antes dela me dar esse disco, eu ouvia o que ela gostava, e destaco um disco da banda sueca ABBA, que era uma coletânea, e não me lembro de qual ano. Ouvia muito os compactos dela da chamada era “Disco Music”, e destaco “Born to be alive” do Patrick Hernandez.
Outro disco que me fez cair mais de cabeça do Hard Rock foi o “Appetite for Destruction” do Guns N’ Roses, que ouvi numa fita cassete na casa do meu tio Vavá em Realengo me fez despertar para as guitarras distorcidas.
E quando a MTV chegou ai realmente eu me encontrei musicalmente…eu era um que ficava gravando os clipes em fitas VHS’s…hehehehe…que saudades…
Nirvana foi catarse em todo o Mundo…mas eu preferia Soundgarden…minha irmã e eu temos um clipe que nos faz lembrar dessa época com saudades…”Black hole sun” do Soungarden, que da Big four do grunge é a que eu mais gosto…apesar de gostar muito de Pearl Jam e Alice in Chains também.
Bom, sem mais delongas…seguem os álbuns que marcaram a minha vida musical:
1 – Big Bang – Paralamas do Sucesso
2 – Appetite for destruction – Guns N’ Roses
3 – Nevermind – Nirvana
4 – Ten – Pearl Jam
5 – Superunknown – Soundgarden
6 – Dangerous – Michael Jackson (esse eu ganhei numa promoção da Rádio Transamérica em 1992!!)
7 – Alice in Chains – Alice in Chains (o disco da capa do cachorro de três patas)
8 – Ultra – Depeche Mode
9 – …and justice for all – Metallica (essa foi outra porrada na orelha)
10 – Hibrid Theory – Linkin Park (O único álbum que gosto dessa banda).
11 – Korn – Korn
E muitos outros…caraca…não dá pra eleger umas lista pequena…rsrsrsrs
Muito boa a coluna de hoje hein!!!
O primeiro vinil que lembro que eu e minha irmã ganhamos e escutávamos direto foi o do Mamonas Assasinas. Não deve ter sido o primeiro mas é o que mais me marcou.
Quando fui “apresentada” ao Iron Maiden por uma amiga, lembro que pedi emprestado o vinil “Seventh Son Of A Seventh Son” que eu só ouvia quando estava sozinha em casa rsrsr pq era “pesado” demais para meus pais =)
Pourra ! Tem um monte ! Pode citar coletâneas ? Se sim, vamos lá: duran duran – decade; the cure – Standing on the beach, new order – substance, oingo boingo – the best of o’boingo, the Cult – pure cult…. é eu gostava de comprar coletâneas. Discos de carreira: u2 – war e acthung Baby, nirvana – nevermind, beastie boys – ill comunication, pixies –
Surfer Rosa e Doolitle, ramones – rocket to russia, é melhor parar por aqui pois tem muita coisa que eu ouvia até quase furar.
Nossa, foi uma viagem no tempo!! Estou emocionado. Thriller foi um disco realmente sensacional o primeiro que pedi pra comprar. Não me atrevo a listar, mais o disco mais especial pra mim foi Violator do Depeche Mode, por diversos motivos entre eles, porque ainda lembro no nome hahahaha sou péssima em decorar nome de musicas e pior ainda dos discos.