Fair Play x Malandragem
Vivemos um momento em que aparentemente as pessoas tem se importado com denúncias de corrupção e há uma leve tendência a não compactuarem com certos comportamentos. Exatamente neste momento vemos o zagueiro Rodrigo do São Paulo em uma atitude exemplar que alertou ao juiz que o cartão até então aplicado ao jogador Jô do Corinthians havia sido incorreto tendo em vista que ele, Rodrigo, é que teria sido o responsável pelo pisão no goleiro.
Em contrapartida o hoje técnico do São Paulo, Rogério Ceni, demonstrou não concordar com a atitude do zagueiro de seu time uma vez que o cartão seria o terceiro de Jô e o tiraria da próxima e decisiva partida das semifinais do campeonato paulista, mas a que preço? Seria justa a punição para alguém que não cometeu qualquer ato indevido? Seria justo afirmar que isto seria algo “do futebol”?
Você reclamar por algo de incorreto que prejudicou seu time é algo até válido e compreensível, mas reclamar para que algo errado seja validado como certo chega a ser uma ofensa a dignidade dos profissionais que se empenham no dia a dia, das torcidas que se esforçam para comparecer aos estádios ou para pagar seus planos de Pay per view.
Só a atitude do zagueiro Rodrigo já chamaria a atenção em virtude de ser uma atitude pouco comum no meio do futebol, mas a atitude do técnico Rogério Ceni ganha proporções maiores, pois ainda que a punição indevida pudesse vir a dar alguma vantagem ao São Paulo, não podemos aceitar de bom grado que a atitude corretíssima de indicar quem foi o verdadeiro responsável seja classificada como “falta de malandragem”.
O ato de Rodrigo deveria ser algo comum, mas não é e por isso que deve ser enaltecido. Precisamos de jogadores habilidosos e inteligentes que possam dar um novo rumo para o futebol brasileiro, assim como precisamos de jogadores como o zagueiro Rodrigo do São Paulo para que a renovação seja inclusive de caráter.
Por Fábio Araújo
A capivara deu cria